O andamento das aulas é sempre uma surpresa, mas são os pequenos (média de 3 anos) que me encantam ainda mais.
Durante uma das brincadeiras, uma das crianças protesta: "Tiiiiia, eu ainda não fui!". Minha reação foi responder: "Ah, eu também não!".
E que raciocínio rápido têm os pequenos! Aquele que brincava no momento, que deveria escolher outra criança para dar sequência à atividade, deu um sorriso maroto e escoheu a Tia Aline. E lá me fui, correndo feito um deles, a brincar.
A reação da turma foi esplêndida. Alguns me olhavam com estranhamento e dúvida, outros com admiração e brilho nos olhos. O que devia passar pela cabecinha de muitos era: "Como assim a Tia Aline está brincando!? Ela não é gente grande!?"
Quando me sentei, uma das crianças me olhou ainda sorrindo e perguntou: "Tia, por que você correu?"
E eu respondi, rindo e ainda brincando com a reação: "Porque era a minha vez de brincar, oras! Não posso brincar não?"
Ela apenas permaneceu me olhando e sorrindo por um longo tempo até que sua atenção pudesse voltar à brincadeira.
Acho que se os pequenos pudessem formular uma resposta sobre o que são os adultos, eles diriam algo do tipo: "Adulto é uma gente grande. Uma gente grande que não brinca e tamém não ri muito. E elogia as crianças muito menos do que critica. E fica bravo quando a gente não fica sentado. Sei lá por qual motivo, mas hoje a Tia Aline foi um adulto diferente. Acho que ela é meio louca."
quinta-feira, 25 de junho de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Incompreensíveis diferenças
Hoje escrevo uma reflexão sobre um acontecimento que envolve uma das questões mais polêmicas da educação na atualidade: a inclusão. Pasmo diariamente sobre quão igualmente maravilhosa e difícil pode ser a tarefa de incluir alunos com necessidades especiais nas aulas! O exemplo pode deixar claro:
L. é uma menina linda, de 4 anos de idade, cujo diagnóstico ainda não é totalmente identificado. Alguns acreditam ser autista leve, outros DM leve, e outros, ainda, não sabem definir nem de longe o que a faz ser assim, notável.
Certas vezes, L. se interessa pelas atividades; outras vezes, a terra molhada parece interessar-lhe bem mais (e que sujeira ela fica quando resolve se interessar pela terra molhada ao invés da aula!). Minha vitória até então sempre foi conseguir fazer com que ela participasse das atividades como os demais, mas às vezes, enquanto a observava correr e brincar, ficava me indagando se aquele movimento faz algum sentido para ela ou se o faz apenas por imitação dos colegas. Se é mesmo uma vitória minha ou um simples conformismo.
Na última aula, arrumei um colchonete para que os pequenos experimentassem (alguns pela primeira vez na vida) a sensação de virar uma cambalhota. Imaginei por alguns longos minutos se conseguiria fazer com que L. também experimentasse. Para a minha surpresa, ela rapidamente levantou-se e posicionou-se para que eu pudesse ajudá-la. E lá se foi. Ela rolou e deu uma grande e espontânea gargalhada, depois saiu dando muitos pulinhos com as mãos para o alto e um enorme sorriso, como sempre costuma fazer quando está satisfeita. Mais três ou quatro vezes ela repetiu o movimento e também as expressões de alegria. Depois disso, difícil mesmo foi fazê-la entender que os amigos também queriam brincar e que só havia um colchonete para todos!
A cada expressão de alegria dela, meu coração se alegrava também. Naquele dia, me acalmei, porque soube que o mais importante não é compreender o que aquilo significa para ela, mas saber que significa.
L. é uma menina linda, de 4 anos de idade, cujo diagnóstico ainda não é totalmente identificado. Alguns acreditam ser autista leve, outros DM leve, e outros, ainda, não sabem definir nem de longe o que a faz ser assim, notável.
Certas vezes, L. se interessa pelas atividades; outras vezes, a terra molhada parece interessar-lhe bem mais (e que sujeira ela fica quando resolve se interessar pela terra molhada ao invés da aula!). Minha vitória até então sempre foi conseguir fazer com que ela participasse das atividades como os demais, mas às vezes, enquanto a observava correr e brincar, ficava me indagando se aquele movimento faz algum sentido para ela ou se o faz apenas por imitação dos colegas. Se é mesmo uma vitória minha ou um simples conformismo.
Na última aula, arrumei um colchonete para que os pequenos experimentassem (alguns pela primeira vez na vida) a sensação de virar uma cambalhota. Imaginei por alguns longos minutos se conseguiria fazer com que L. também experimentasse. Para a minha surpresa, ela rapidamente levantou-se e posicionou-se para que eu pudesse ajudá-la. E lá se foi. Ela rolou e deu uma grande e espontânea gargalhada, depois saiu dando muitos pulinhos com as mãos para o alto e um enorme sorriso, como sempre costuma fazer quando está satisfeita. Mais três ou quatro vezes ela repetiu o movimento e também as expressões de alegria. Depois disso, difícil mesmo foi fazê-la entender que os amigos também queriam brincar e que só havia um colchonete para todos!
A cada expressão de alegria dela, meu coração se alegrava também. Naquele dia, me acalmei, porque soube que o mais importante não é compreender o que aquilo significa para ela, mas saber que significa.
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